quarta-feira, 13 de março de 2013

Minhas escolhas, suas escolhas e o respeito

Fiz escolhas atípicas em relação ao meu filho. Fiz e faço. Desde a gestação me desviei do caminho escolhido pela maioria e decidi traçar minha própria trilha. Optei pelo parto natural, domiciliar, sou defensora ferrenha do protagonismo da mulher no nascimento do seu filho, além de ativista da amamentação. Estudo, pesquiso e me informo antes de tomar decisões em relação ao pequeno. Divulgo estudos sobre alimentação consciente, maternidade ativa e sobre a forma que acredito ser a mais respeitosa e amorosa de ensinar os pequenos a viver nesse mundão. Amo a maternagem e se alguém me pede um conselho ou ajuda, dou o máximo de mim. Isso porque acredito verdadeiramente que se queremos que o mundo seja melhor, precisamos mudar a forma de tratar nossas crianças.Mas essas são MINHAS escolhas. Sim, minhas, em caixa alta. Não as imponho a ninguém. Respeito seu direito de escolher como lidar com sua cria. 
Não dou papinha nestlé, nan, mingau, mas respeito seu direito de dar ao seu filho o que você quiser. Meu filho nunca provou um bico que não fosse o da mamãe, não sabe o que é uma chupeta, ou mamadeira, mas jamais me intrometerei no seu direito de dar a ele chupeta o dia inteiro. Não vemos os programas da moda mas não me recusarei a ir na sua festa da Galinha Pintadinha, nem criticarei sua coleção do Patati Patatá. 
Não suporto que deem opinião sobre a forma que cuido do meu filho. Exatamente por isso, não opino sobre a criação de ninguém. Respeito para ser respeitada. Se quer discutir, conversar e entender o porquê dos meus caminhos, estou aberta a conversas. Mas não me venha com conversas cheias de achismos. Não me venha com o que todo mundo faz. Não queira mudar minha opinião baseando-se em argumentos vazios. Estou realmente cansada dos pitacos alheios, das observações intrometidas e ignorantes. Portanto, antes de criticar o sling e falar que estou " judiando" do meu filho, pesquise sobre a exterogestação, sobre a importância do colo, do contanto. Antes de criticar o parto natural domiciliar, estude sobre violência obstétrica e os cuidados rotineiros com os neonatos. Antes de me dizer que danoninho vale mais que um bifinho, veja as estatísticas de obesidade infantil, leia a tabela nutricional do produto e as consequências nefastas na saúde da criança. Antes de dar uma opinião não solicitada, pesquise as evidências cientificas. Antes de me criticar por não seguir cegamente um pediatra, leia as orientações da organização mundial de saúde e da sociedade brasileira de pediatria. E antes de me dizer que chorar faz bem para o pulmão, respire e cale-se. Tamanha ignorância não exige apenas leitura, exige um encontro consigo mesmo. Exige o mínimo de humanidade e amor.
Minhas escolhas não desvalorizam as suas, não são críticas a sua vida. Minhas escolhas levam em consideração o bem do meu filho e da nossa família. O seu arranjo familiar não me importa. Mas as intromissões e opiniões infundadas desmerecem minhas horas de estudo e reflexão sobre a melhor forma de agir. Desmerecem meu cuidado, meu carinho e meus esforços. Desrespeitam meu espaço, do marido e o da cria. Invadem a intimidade da nossa família.
Existe vida fora da caixinha, existem outros caminhos além dos escolhidos pela maioria. Já chorei pelos filhos dos outros. Já assisti cenas que considerei lamentáveis. Mas sofri em silêncio, por respeitar o direito de escolha alheio. Não se ofenda quando falo apaixonada sobre a amamentação, ou afirmo que compartilho o quarto. Não entenda as criticas à alimentação infantil como indiretas. Estas escolhas nada tem a ver com você. Antes de opinar, ofendida, tente se despir de seus preconceitos e enxergar apenas uma mãe amorosa buscando dar o seu melhor. Não há mensagens subliminares, nem textos nas entrelinhas. Ninguém está te chamando de "menos mãe", ou pior, "menas mãe". A maternidade não é algo que caiba em um único adjetivo. Não estou competindo com ninguém. Busco as melhores opções para a minha cria. Da sua cria, cuida você.

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